Monte Sinai

Monte Sinai

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Os cristãos primitivos praticavam o comunismo primitivo (Atos 4.32-36).

A interpretação de que a referida passagem endossa a prática do comunismo primitivo por parte da igreja cristã do primeiro século esta totalmente equivocada, pois o conteúdo desta porção das Escrituras não da margem pra esse pensamento.
Normalmente, interpretações incorretas como esta ocorrem quando o interprete isola o texto do seu contexto, o que é uma falta grave para aquele que se coloca a praticar uma verdadeira exegese bíblica.
Portanto, a regra violada aqui, foi o princípio de que as Escrituras interpretam as Escrituras, pois entender que este texto bíblico é um incentivo a prática do comunismo não esta consistente com o ensino da totalidade das Escrituras.
Tendo em vista que o comunismo é uma estrutura sócia econômica baseada na propriedade comum e no controle da propriedade de cidadãos em geral por parte de lideranças ou governos, é impossível que a igreja cristã praticasse um comunismo primitivo. Pois apesar da igreja primitiva entregar seus bens e propriedades para que fossem repartidos por toda comunidade, tudo isso era feito sem obrigatoriedade, mas por voluntariedade.
A comunidade de bens, descrita em Atos 4.32-36, não era um regulamento social ou um artigo de política de igreja, mas a execução natural e necessária do princípio de unidade, ou identidade de interesse entre os membros do corpo de Cristo, surgindo da relação de união deles com o próprio Cristo.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Epístola aos Gálatas, as ordenanças do Novo Testamento.

Em Gálatas cap. 5 .1 está escrito: Estais, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.
A primeira vista, a leitura desse único versículo dá a impressão que o apóstolo Paulo está orientando os cristãos a ignorarem as ordenanças do NT.
 Caso sintam – se orientados pelo Espírito Santo a fazê – lo, isso não é verdade.
Não é preciso dizer que o apóstolo dos gentios praticava, em plena comunhão com a igreja, as ordenanças ensinadas pelo Senhor Jesus. Não praticava em plena comunhão com a igreja, as ordenanças ensinadas pelo Senhor Jesus. Não só praticava como também ensinava a observação das mesmas de forma corretas. Um exemplo bem claro do seu zelo pelo correto cumprimento das ordenanças é encontrado na primeira carta a Igreja de Coríntios (ICor. 11.17 – 34 ). Nesta epístola lemos o apóstolo repreendendo alguns irmãos que teriam causado transtornos quando participavam da Ceia do Senhor.
Por isso, dizer que este verso de Gálatas 5.1 autoriza qualquer crente a ignorar as ordenanças ensinadas no Novo Testamento é um erro gravíssimo.
Esse equivoco de interpretação ocorre somente se pegarem o referido versículo e isolá – lo das demais passagens constante no mesmo capítulo ou em outros da mesma carta. Portanto é um erro desconsiderar ou deixar de estudar todo o fluxo de pensamento do autor em derredor deste mesmo verso.
Assim, é falta grave para um interprete da Bíblia Sagrada estudar apenas o meio pensamento de uma passagem.
Sendo assim, para interpretar corretamente Gálatas 5.1 o interprete deve considerar este versículo em conjunto com o parágrafo que vem logo depois dele.
Fazendo isto se perceberá logo no próximo verso, ou seja, em Gálatas 5.2 a complementação do versículo anterior.
Percebe-se então, que o julgo a servidão referia – se as ordenanças do NT. Ao contrário a leitura e estudo do pensamento inteiro desse trecho bíblico, fará qualquer estudante entender que esse jugo sobre o qual Paulo recomenda para que a igreja não se submeta a ele, refere – se a imposição da circuncisão sobre os crentes gentios por parte dos judaizantes e o jugo a lei mosaica como requisitos para a salvação.
Assim, Paulo quis ensinar que todos os crentes em Jesus foram libertos da Lei e do pecado para viver uma vida com liberdade e responsabilidade.






Observação de Práticas do Antigo Testamento, quanto ao sacrifícios, ao vestuário e a hábitos alimentares.

Dizer que os cristãos são obrigados a observar ou praticar algumas regras do AT quanto aos sacrifícios, ao uso de vestuário e mesmo a hábitos alimentares, constituí - se  em um erro gravíssimo de interpretação bíblica, principalmente pelo fato de que esse tipo de interprete não considerou o contexto histórico  - cultural ao tentar interpretar a palavra de Deus.
Certamente este entendimento é fruto de leituras de passagens do AT, sem ser considerado o que elas significavam para os leitores originais. Assim ninguém pode desconsiderar ou ignorar o princípio de que as referências de sacrifícios e costumes de passagem vero – testamentárias são fatos históricos e específicos que somente serviu para o povo de Israel, e que no máximo só poderão ser aplicados como instruções para aplicar uma verdade mais ampla.
Além disso, não se pode desconsiderar que as leis cerimoniais dos hebreus já foram cumpridas em Cristo.
Por isso, uma correta interpretação para passagens do AT. Seria considerar pelo menos três processos que determinariam se algum texto é um mandamento a ser observado pelos cristãos, ou se consiste em fato historicamente específico para os leitores originais. Para tanto, a primeira coisa a ser considerada na hora de interpretar essas passagens, seria saber se os trechos lidos tratam - se de uma questão moral ou espiritual; em seguida, teria que confirmar se outros textos da Bíblia, principalmente o NT confirma os referidos ensinos e por fim se um princípio mais amplo é ensinado no contexto. Isso é importante para que o interprete não ensine alguma coisa contrária com o restante de toda a Bíblia.


Canibalismo na Igreja Primitiva?

 A falsa acusação de que o texto de João 6.53 instituiu o canibalismo como um rito da igreja primitiva.
 Atualmente este assunto perece ser irrelevante para estudiosos das escrituras, mas quando estudamos a história da igreja aprendemos que os primeiros cristãos foram ferozmente acusados de canibalismo por celebrarem a Ceia do Senhor com o pão e vinho como símbolos do corpo e sangue do Senhor, pois o próprio Jesus havia dito que quem não comesse a “Carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vidas em vós mesmos.” Estas palavras chocaram os judeus e alguns discípulos que ouviram Jesus na época que a entenderam como sendo literalmente carne e sangue, a ponto de alguns o abandonarem. João 6. 60-66.
Até mesmo os próprios pagãos de Roma entenderam estas mesmas palavras de Cristo como uma incitação ao canibalismo.
Não há dúvida de que esse entendimento de João 6.53 esteja equivocado.
Esse erro de interpretação se deu na verdade porque as palavras “carne” e “sangue” contido no referido verso não foram entendidos como uma expressão figurada.
É impossível o ato de canibalismo ter respaldo bíblico, principalmente pelo fato do próprio Deus ordenar ao seu povo que não consumisse sangue.
Portanto, a expressão “carne” e “sangue” não legitimam o canibalismo por ser este termo uma figura de linguagem que expressa uma verdade espiritual.


terça-feira, 16 de abril de 2013

A RELAÇÃO ENTRE O EVANGELHO E A LEI (Gl 3.10-18)

 O Evangelho é boas-novas de redenção e da remoção da maldição que a Lei sentenciava (3.10-14). Lembremos-nos que Paulo está respondendo o argumento dos judaizantes, segundo o qual os gentios convertidos a Cristo tinham que se tornam judeus e guardar a Lei (pelo menos em parte), como condição à salvação.

Cristo nos redimiu da maldição da Lei

 Cristo nos redimiu da maldição da Lei, para que a benção de Abraão, que estava "a caminho" de nós, e que foi contida pela sentença da Lei, alcançasse os gentios. Isto quer dizer que a benção estivera disponível para eles, por intermédio de Cristo 93.14). "para que a benção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido."

Como poderemos então ser salvos?

 Há três palavras gregas que na Bíblia são traduzidas pelo vocábulo resgatar. A primeira significa "comprar no mercado de escravos" (1Co 6.20). Éramos escravos do pecado, mas Cristo veio ao mercado de escravos do mundo e pagou o preço de resgate pela nossa libertação. A segunda palavra encontra-se em Gálatas 3.13 e significa "comprar do mercado", isto é, retirando de lá. Cristo nos comprou da mão do  traficante de escravos (Satanás), para nunca mais pôr-nos à venda em mercado algum de escravos. A terceira palavra significa "libertar por meio do pagamento de um resgate" . Todos nós sabemos do elevado preço do nosso resgate efetuado por nosso Senhor Jesus Cristo (1Pe 1.18,19).

Desta maneira, a barreira que excluía os benefícios da graça divina foi removida por Cristo. Agora, tanto judeus como gentios são colocados no mesmo nível diante de Deus, quanto á salvação, para que ambos recebam a promessa do Espírito , pela fé. Quantas pessoas, segundo Gálatas 3.11, foram justificadas pela Lei? Nenhuma. Sugerimos que você leia e decore Gálatas 3.11 e Habacuque 2.4.

UM MERCADO DE ESCRAVOS (Rm 6.15-23)

 O presente texto mostra, na prática a nossa santificação como resultado da nossa escolha. Paulo ilustra este   ponto , expondo o relacionamento entre um servo e o seu senhor (Rm 5.15-23).

 Paulo apresenta o pecado e a obediência a Deus, como dois tipos de patrão (Rm 6.16). Como a pessoa se torna escrava, ou serva de um destes patrões? Pela obediência a um deles. O pecado, paga com a morte. A obediência a Deus conduz à justiça. A morte é o salário do pecado, mas a vida eterna é o dom de Deus por Jesus Cristo. Por isso, o cristão deve dizer "não" ao pecado " Caso contrário, a obediência ao pecado fá-lo-á servo do mesmo.

Antes, escravos;agora, livres

 Éramos escravos do pecado, mas, pela nossa união com Cristo, morremos para a vida velha. O nosso antigo patrão - o pecado, já não pode exigir nada de nós (note no versículo 17, que o tipo de obediência que produz justiça é a obediência à fé e à doutrina segundo o Evangelho).

 O crente deve continuar morto para o pecado e entregue completamente à sua nova vida, como servo de Deus. O cristão prossegue de uma posição justa para uma vida justa (Rm 6.170. Este é o princípio que Paulo apresenta em defesa do Evangelho, tanto na Epístola aos Gálatas como na Epístola aos Romanos. Se queremos uma vida reta e justa, devemos começar por uma posição justa com Deus.

Duas tentações a evitar

 Entre os cristãos existem duas clássicas tentações quanto em discussão, a primeira das quais é dizer: "Eu tenho salvação por fé, portanto, não importa o meu modo de viver". Isto não é bíblico. Como cristãos, somos donos da nossa vida, mas não, escravos do pecado! A nossa redenção não nos torna automaticamente obedientes a Deus. Não somos robôs . Deus não nos força a servi-lo.  Se vamos servir a Deus é porque queremos fazê-lo. A escolha é nossa.

 A segunda tentação é a de pensarmos que estamos conservando a nossa salvação  através das boas obras. Achamos em Cristo a nossa verdadeira liberdade, mas devemos render-nos ao nosso novo Senhor em obediência voluntária (Rm 6.17).

Uma ilustração importante

 Um médico cristão da cidade de Londres, na Inglaterra, ilustrou a Lei da Liberdade Cristã (Tg 1.25), através de uma experiência interessante. Ele recebera de presente um bonito cão de raça, e costumava, a princípio, levá-lo a passear todas as tardes, preso a uma corrente. Ele continuou fazendo isso por várias semanas até que o cão se acostumou com ele, até o dia em que já não dependia da corrente para acompanhar o seu dono.

 Logo que o cão achou-se na rua, sem  a " lei" da corrente para segurá-lo, correu para longe. Parecia que fugira para sempre, porém, tal não sucedeu. Logo depois, voltou, e, muito satisfeito, acompanhou o seu dono, submisso à sua direção. Uma lei mais forte do que a corrente o prendia agora: era a lei do amor.

 Dizia então o referido cristão que, havia em Londres três tipos de cães: os cães errantes, sem dono, que tinha liberdade sem lei ; os cães presos por correntes, que tinham lei sem liberdade, e os cães soltos, que seguiam seus donos, que podiam fugir, mas escolhiam não fazê-lo. Estavam presos pelo amor, pela lei da liberdade.

A lei da liberdade

 A lei da liberdade é mais santa e mais poderosa do que qualquer outro código de regulamentos. O cristãos que espera encontrar no NT um novo código de leis e regulamentos, não tem compreendido a lei da liberdade cristã, que ensina o discípulo fiel e sincero e consultar, não um código das regras, mas a vontade do Salvador amado.
O ímpio tem liberdade sem lei. O judeu tinha lei sem liberdade: o cristão nascido de novo tem  a lei da liberdade. O domínio de Cristo sobre nós coloca-nos sob uma lei pessoal mui elevada, pois, trata-se de união espiritual com Ele. É a liberdade com lei - lei de Cristo (Leia 1Co9.21; Rm 7.22 e Gl 6.2).

 A salvação é uma transferência de senhorio. Tanto debaixo da Lei, como debaixo da Graça, o homem é um servo (Rm 6.14,15). A diferença está na orientação da vida: para o pecado ou para Deus. A nossa salvação significa uma mudança de gerência. Daqui em diante somos servos (Rm 6.18).

O SIGNIFICADO DO BATISMO (Rm 6.1-14)

 Em Romanos 5.20, Paulo descreve o princípio da graça de Deus operando na vida do crente."...onde abundou o pecado, superabundou a graça". Compreendendo que alguns poderiam interpretar este princípio de forma incorreta, no capítulo 6.1,2, ele mostra de que modo a graça divina se manifesta e age. Mostra que o verdadeiro crente não pode viver mais no pecado, pois, está morto para o mundo. Mostra ainda que a morte e a ressurreição de Cristo libertam o crente do pecado e dão nova vida.

O batismo em água

 Paulo fala da experiência e significado do batismo em água (Rm 6.3), como uma razão poderosa para não vivermos mais no pecado. Segundo o apóstolo, fomos batizados para a união com Cristo-na sua Sua morte (Rm 6.3). A nossa posição como estando "em" Cristo, significa que estamos mortos para o pecado.

O batismo em água é um mandamento do Senhor para os que aceitam a Cristo (Mt 28.19,20). A obediência a este mandamento como parte da confissão da nossa fé em Cristo é-nos de grande valor espiritual. Devemos ensinar com profundidade a todos os crentes, o significado bíblico do batismo. Se de fato entendermos o seu significado, o batismo fortalecerá a nossa fé e gerará convicção para vivermos pra Cristo.

Testemunho de uma nova vida

O batismo em água é um testemunho público que indica havermos morrido para o pecado e começado a viver uma nova vida em Cristo. Expressa também a nossa plena identificação e experiência com Cristo, começando com a nossa morte com Ele (Rm 6.3).

 As palavras "sepultados com ele na morte pelo batismo", mostram com o batismo em definitivo atesta a nossa posição e atitude relativas ao pecado (Rm 6.4). O batismo é uma espécie de "Certidão de Óbito"
do crente ante o mundo. É uma prova de que aceitamos a morte de Cristo pelo como sendo a nossa própria morte. Assim sendo, como poderemos viver no pecado, nós que para ele morremos? (Rm 6.2).

O batismo por imersão

Há diferente formas de batismo nas diversas igrejas cristãs Uma derrama água sobre a cabeça do batizando, outra esparge água sobre a cabeça dele, e outras imergem totalmente as águas.
A imersão é fundamentalmente bíblica, retratando claramente a união do crente com Cristo na Sua morte e ressurreição. O batismo em água é um símbolo exterior da nossa morte, sepultamento e ressurreição com Cristo. A descida nas águas simboliza a nossa morte com Cristo ; a imersão, o sepultamento; e , saída das águas, as ressurreição com Cristo, pra uma nova vida (Cl 2.12; Rm 6.4).